Por María Pereira

Quem é Assol Garcia?

Tenho “N” conceitos para o meu humilde ego. Todavia Assol Garcia é uma jovem de 28 anos, natural da ilha do Vulcão, que aos 21 anos, entrou no mundo artístico e de lá pra cá jamais parou. Confesso que o gosto que sente pela música falou sempre mais alto. Não tive influência nenhuma para seguir a carreira artística. Isso partiu de mim mesma e da intensa paixão que sempre tive pela música.

Quando surgiu a paixão pela música?

Desde muito cedo desenvolvi essa paixão. Do que me lembro, já aos 9 anos sentia em mim o pulsar da música fervilhando no sangue. Tudo aconteceu de uma forma natural e espontânea. Foi num belo dia, num restaurante na minha ilha natal (Fogo), onde uma amiga aniversariante, que sabia da minha paixão pela música, me pediu que eu cantasse para ela. Havia uma banda suporte a acompanhar uma artista. Sem resistir, aceitei o pedido e cantei uma morna. No final da música, inesperadamente recebi uma “chuva” de aplausos. Todos queriam saber o meu nome e onde costumava cantar. Timidamente respondi que nunca tinha cantado em público. Nessa mesma noite, um dos elementos da banda suporte perguntou-me se queria integrar o grupo deles denominado Naja. Aceitei na hora, sem hesitar.

Alguma influência?

Não! A música surgiu em mim de forma natural e espontânea.

Que estilo de música interpretas? Porque?

Interpreto música tradicional de Cabo Verde: morna, coladeira, talaia baxu, eentre outros géneros. Entendo que esses estilos são próprios e originais da nossa terra pelos quais devemos valorizá-los e porque fazem parte do nosso rico patrimônio cultural. Os outros estilos musicais merecerem o meu apreço, mas a morna é a expressão com que mais me identifico.

Quantos álbuns já produziste e o que tens na manga?

Tenho dois álbuns no mercado. O primeiro intitula-se Alma Di Minino. Foi lançado em 2015 e o segundo que é recente, chama-se Nós Kazamentu que foi lançado este ano no mês de abril durante as festividades de Nhô San filipe, na ilha do Fogo. O que tenho na manga? Ora essa! Não há dois sem três. A arte é um processo dinâmico, portanto há sempre o desejo de continuar.

Como tem sido o teu percurso? Apoios, muitos ou nem por isso?

Graças a Deus tem sido um percurso tranquilo que ultrapassou as minhas expetativas. Tenho recebido apoio mural de fãs e seguidores, de todos os quadrantes nacionais e de todos os extratos sociais.

Que distinções já recebeste até agora?

Tenho sido coroada com diversas distinções na diáspora e no país com destaque para atribuição da estatueta de artista revelação do ano 2016 pelo Cabo Verde Music Awards.

Quem é o teu produtor e o que precisas para dares um salto maior na tua carreira.

Tenho em agenda várias atuações dentro e fora do país durante este ano. O meu manager é um jovem empreendedor que responde pelo nome de Fábio Alves e reside nos EUA. Para que haja esse salto maior na minha carreira conto com a expressiva colaboração dos meus fãs, porque eles são a razão incondicional do meu sucesso, portanto está empatia deverá sempre existir.

Quem é o teu artista prefiro? Nacional e estrangeiro.

Tenho vários artistas mas devo destacar alguns sem desprimor para os outros. Nacionais tenho muita admiração pelo Miri lobo, Nancy Vieira e Jaqueline Fortes, internacional os meus preferidos são Ana Gabriel, Henrique inglesias, puto Português e o C4 Pedro.

Qual tem foi o teu melhor momento artístico até agora?

O meu melhor momento artístico até agora foi sem dúvida a saída do meu primeiro trabalho discográfico.

Como defines a música cabo-verdiana e o papel da nova geração?

A música cabo-verdiana é uma expressão cultural de altíssima qualidade , é apreciada pelos cabo-verdianos e no mundo inteiro. Tanto é que hoje a nossa morna foi proposta para o patrimônio imaterial da humanidade. Resumindo, Cabo Verde hoje é conhecido também como o país da música. O papel da nova geração tem sido determinante na evolução e no espaço que a música cabo verdiana ganhou. É só ver o sucesso internacional que a nova geração tem conquistado nestes últimos anos.

Qual o teu sonho?

O meu sonho é ver a minha família estabilizada e feliz. Ver a minha carreira artística e evoluir com dinamismo e continuar a ser abençoada por Deus!