Por María Pereira

Cabo Verde é uma das poucas regiões do mundo onde se pode encontrar o dragoeiro (Dracaena draco). No passado, a espécie crescia em várias ilhas do arquipélago crioulo. Hoje, o seu único habitat é a ilha de São Nicolau, sobretudo no vale de Fajã.

O dragoeiro é o símbolo do Parque Natural de Monte Gordo, na mesma ilha. Desenvolve-se muito devagar e pode demorar até 10 anos para atingir 2 a 3 metros, mas pode alcançar os 10 metros de altura e 650 anos de idade.

Apresenta tronco rugoso, robusto, feito de material fibroso. Tem folhas coriáceas, simples, de cor verde-acinzentada e avermelhada na base. A inflorescência é longa e as flores são perfumadas, de cor verde- esbranquiçado, compostas por seis peças unidas na base. O fruto é uma baga de cor alaranjada.

A seiva forma uma resina translúcida de cor vermelho-sangue, que depois de exposta ao ar forma uma substância pastosa que era vendida a alto preço na Europa como sangue de dragão. Nas Canárias é um importante produto de exportação.

Mas em Cabo Verde o perigo de extinção da espécie é elevado pelo que são necessárias medidas de proteção especiais. O alerta vem do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), que apresenta como solução o uso do dragoeiro na reflorestação.