Emiliano Carvalho, o nosso Pai Natal voador, começou a preparar esta ideia no início de Dezembro. A viver em Cabo Verde há apenas três meses, este instrutor de voo livre já é bem conhecido por todos na ilha de São Vicente, onde tem surpreendido quem o vê voando quase todos os dias de parapente e asa delta.

Foi numa destas aventuras que o piloto Português chegou pela primeira vez a Salamansa – uma pequena vila piscatória em São Vicente – para a maravilha das centenas de crianças que lá vivem e viram assim pela primeira vez alguém a voar. Desde então, Emiliano tem voado regularmente em Salamansa, fazendo a alegria da pequenada.

Mais ou menos um mês antes do Natal surgiu a ideia: ”Quis devolver o carinho com que fui recebido desde o primeiro dia por toda a gente em Salamansa, em especial dos miúdos que vêm brincar comigo”. Emiliano diz-nos ainda que “adoram quando lá chego de parapente ou asa delta” e por isso, como o Natal estava a chegar, “achei que seria fantástico juntar as duas coisas” e assim aproveitar também para passar parte do Natal com eles, que “são um pouco a minha família cá em Cabo Verde”. Com o apoio da empresa de construção civil Sogei e o suporte da Associação Djimily, começaram os preparativos para surpreender os 204 meninos e meninas de Salamansa que, diz-nos o Pai Natal, se portaram todos bem..

Como toda a gente sabe, as crianças que se portam bem durante o ano merecem um presente, e por isso o Pai Natal veio cheio deles. As meninas e meninos esperavam ansiosamente na praia porque a Associação tratou de chamar toda a rapaziada sem lhes revelar qual era a surpresa. Pelas 10 horas, trinta minutos depois de descolar a 8 km de distância, apareceu a asa delta onde vinha um homem vestido de vermelho e com um saco às costas.

Alguns minutos depois, ao perceber que o Pai Natal vinha aí, já ninguém conseguia conter a excitação e, mal ele aterrou, foram todos a correr para ver o que lhes tinha trazido – ainda que alguns se interessassem mais pela asa. Isto porque, segundo nos contou Emiliano, “muitos já decidiram que querem aprender a voar quando forem grandes”. E até já sabem a primeira lição: Só se pode voar quando as condições meteorológicas são boas e o vento adequado – o que, felizmente, é habitual em Cabo Verde. Ainda assim havia a possibilidade de no dia de Natal as condições não serem as melhores e o Emiliano ter de ficar em terra, mas também ele se deve ter portado bem e teve a prenda do bom tempo.

Com carrinhos, bonecas e bolas de futebol para todos, o dia de Natal em Salamansa começou cheio de sorrisos e alegria. Para os meninos de Salamansa esta foi também a primeira vez que viram o Pai Natal, ainda que não tivesse barbas brancas nem viesse de trenó. Nessa noite devem ter sonhado que estavam nas alturas, também eles a voar. E quem sabe… talvez no próximo Natal.

Vê o vídeo completo em www.facebook.com/parapentecaboverde/videos/1661552267476388/